terça-feira, 3 de outubro de 2017

ERFOLG Magazin nº 04/2017 (Alemanha) - "Bill & Tom falam sobre sucesso e vida pessoal"

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Nós temos um problema com autoridade

Bill e Tom Kaulitz do Tokio Hotel

Sua estreia foi em 2005. Vocês viveram cinco anos intensos, dando tudo de si, mas depois disso, vocês foram para LA completamente exaustos. Qual período vocês curtiram mais?
Bill: O período atual. Quanto mais velho você fica, mais você percebe a loucura. Quando éramos adolescentes, nós estávamos em transe. Para mim, minha vida atual é melhor. Quando você é jovem, você não se estressa muito. Hoje as coisas estão muito mais difíceis. Trabalhar o dia inteiro não é tão fácil como era antigamente. Depois de uma turnê, nós já estamos prontos para sair de férias. Quando se é jovem, você também tem menos medo. No entanto, em questão de criatividade a banda está muito melhor do que antes.

Como foi quando vocês se mudaram para Los Angeles?
Não fizemos nada por um ano. Nós queríamos ter uma vida normal quando tínhamos 20. Nos anos anteriores nós só vivemos para a banda.

Quando o sucesso veio, as gravadoras ou pessoas do ramo afetaram vocês?
Nós sempre tivemos problema com autoridade. Sempre lutamos para participar de decisões. As gravadoras não gostavam da gente; sempre fomos a banda complicada. No entanto, devido ao nosso sucesso, isso não era um problema. A banda já existia antes, era nosso bebê. Nós queríamos controlar tudo. Porém, tivemos que nos entender com a gravadora. Foi muito bom termos feito tudo sozinhos no nosso novo álbum; composição, produção.

Naquela época, algumas fãs ultrapassaram os limites. Entrar na casa de vocês foi a situação mais grave. Vocês perderam o respeito pelas pessoas?
Bill: Nós tínhamos a sensação de que não pertencíamos a lugar nenhum. Você se distancia dos humanos. Eu não gostava disso. Amo estar perto das pessoas.

Vocês aprenderam a lidar com a pressão em situações extremas? Isso moldou o seu caráter?
Bill: Nós sempre quisemos ter responsabilidades. Tínhamos apenas 15 anos quando saímos de casa para ter o nosso próprio apartamento; montamos uma empresa e fazíamos reuniões com advogados e corretores o tempo todo. Mas, com o passar do tempo, nós queríamos tirar esse peso dos ombros.
Tom: Teria sido melhor se não tivéssemos tantas responsabilidades naquela época. Nós sempre fomos assim, até mesmo na época da escola.
Bill: Quanto mais o tempo passa, mais você quer aprender a lidar com o sucesso. Subir ao palco não é mais tão fácil como era quando eu tinha 14 anos. Eu sempre tento facilitar as coisas. Foi isso que fizemos com o novo álbum, voltamos às origens onde a única coisa que importava era a música. Por isso que produzimos tudo sozinhos - sem gravadora e assessoria. Ainda bem que chegamos em um ponto da nossa carreira que a nossa única preocupação é nos divertir. Queremos fazer as coisas longe da indústria da música.

Houve um momento em que vocês perceberam que fizeram história - principalmente para as pessoas? A gente conecta momentos e fases da vida com certas músicas.
Tom: A gente percebe isso quando as pessoas nos contam as histórias delas. Hoje nós percebemos isso muito mais do que antes. Antigamente não tínhamos tempo para essas coisas.
Bill: Eu fico emocionado. Quando um fã para na minha frente e começa a chorar, é uma mistura de emoções. Fico exausto depois de ouvir essas histórias.

Como foi quando vocês ficaram milionários? Isso mudou o caráter ou só fortaleceu a sua personalidade?
O dinheiro muda as pessoas. Eu gosto de pensar que o dinheiro me dá liberdade. Nós não queríamos depender de ninguém, até mesmo quando éramos mais jovens. A gente controlava nosso próprio dinheiro.
Tom: Agora nós fazemos o que bem entendemos com o nosso dinheiro.
Bill: Dinheiro pode ser divertido. Eu quero experimentar e viver. Talvez devêssemos ser mais cuidadosos. Mas, por exemplo, nós investimos muito na nossa carreira. Clipes, produção, performances, tudo é caro. A maioria do nosso dinheiro é gasto com o Tokio Hotel.

Vocês nunca gostaram de seguir as regras. Isso faz parte do sucesso?
Tom: Você tem as melhores ideias em situações de emergência. Por exemplo, se você não gosta de como os produtores tratam a sua música, é melhor fazer por conta própria. Se você não está feliz com uma situação, você consegue pensar em boas soluções para sair dela.
Bill: Não consigo imaginar uma vida sem burlar as regras.

Bill, como vocalista, você tem um modelo a seguir?
Meu padrasto me mostrou o filme "Labyrinth" com o David Bowie. Aquele homem me inspirou de verdade. Eu tinha o cabelo igual ao dele. Eu também ouvia Nena. Mas nunca tive um modelo, a ponto de ter o pôster dele na parede. Mas, é claro que muitos artistas me inspiraram.

Tem alguém que você gostaria de conhecer?
Infelizmente, todos morreram. Bowie, Prince, eles foram extraordinários. Também gostaria de conhecer o Depeche Mode, eles são muito legais.

O novo álbum "Dream Machine" é mais eletro. Vocês mudaram ou os fãs pediram algo novo?
Tom: Se você perguntar aos fãs, eles ficariam mais felizes se fizéssemos como a Avril Lavigne faz há 40 anos; a mesma música. Esse também teria sido o caminho mais fácil. Financeiramente, teria sido interessante. Mas nunca tomamos decisões pensando no dinheiro. Nós simplesmente mudamos como pessoas.
Bill: Eu poderia te mostrar a quantidade de emails que recebemos de pessoas falando que estamos cometendo suicídio de carreira. Mas não queremos ser como a Avril Lavigne ou a Pink, que ainda fazem o mesmo tipo de música que faziam no início da carreira.
Tom: Não existe diferença entre trabalho e vida pessoal. Nós somos a nossa música. Nós não vamos "trabalhar". É tudo a mesma coisa. Nossa música reflete a nossa vida.

Uma vez vocês falaram que gostariam de abrir uma boate. Por quê?
Bill: Porque gostamos de festejar. Eu sempre me senti atraído pela vida noturna e pelos abismos das pessoas. Eu gostaria de fazer o papel de um drogado em um filme. Gosto de ver como as pessoas saem da rotina. A vida cotidiana é uma merda. Quando saímos à noite, nós chamamos 20 pessoas que não se conhecem para saírem com a gente. É por isso que gostaríamos de abrir uma boate. De preferência em LA. Lá eles não têm a vida noturna que temos aqui.



Tradução original: HazelKVL
Tradução para Português BR por: Naah - LdSTH

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