No início deste ano, o quarteto alemão Tokio Hotel lançou o fresco e divisório "Dream Machine". Sendo classificado como o álbum mais ambicioso e atrevido até o momento, o vocalista Bill Kaulitz e a banda percorreram o mundo em busca do show perfeito, que complementasse a nova música o máximo possível. Nós ligamos para Kaulitz para discutir o álbum, o show e aonde eles estão planejando ir.
Oi Bill. Como você está?
Estou bem, obrigado! E você?
Estou bem também, obrigado! Seu álbum mais recente, Dream Machine, saiu este ano. Você pode me contar mais sobre como foi a produção, em comparação com os álbuns anteriores?
Neste álbum, tivemos muito mais liberdade para fazer o que queríamos. Não conversamos com nenhuma gravadora ou assessoria, e dispensamos todo mundo, incluindo os produtores. Queríamos voltar às origens e apenas confiar nos nossos instintos para criar algo que nos deixasse felizes. Tom (Kaulitz) e eu fomos ao estúdio para compor as primeiras demos, e aí passamos um ano inteiro gravando. Nós fizemos tudo sozinhos. Foi a primeira vez que fizemos algo assim, e acabou sendo o álbum que sempre quisemos fazer. Depois, o tocamos para as pessoas para ver quem queria se envolver e quem seria nosso melhor parceiro. Nós fizemos ao contrário, basicamente. Ficamos super felizes com o Dream Machine, e eu ainda estou muito animado com esse projeto.
Depois de terminarem o álbum, vocês saíram da Universal Music e foram para a Starwatch. Como isso aconteceu?
Então, basicamente, a Starwatch já queria conversar com a gente antes do álbum, logo depois que o nosso contrato de dez anos com a Universal Music tinha terminado. Ficamos felizes por estarmos livres como banda para conversar com quem quiséssemos, mas não estávamos prontos para conversar com a Starwatch. Fizemos o álbum primeiro, e quando nos sentimos confortáveis, tivemos uma conversa. Markus da Starwatch nos disse para levarmos o tempo que fosse necessário. Quando estávamos prontos, voamos para conversar com ele, mas antes mesmo de ouvir o álbum, ele nos ofereceu um contrato. Ele nos disse que era muito fã e que confiava em nós. Por sorte ele ficou feliz quando ouviu o disco!
No final deste ano, vocês vão fazer mais shows na Europa. O que podemos esperar desta vez, em questão de produção?
Nós começamos a turnê do Dream Machine em março deste ano, e sempre gostamos de fazer um show pra valer. Até tentamos fazer coisas que ainda não foram feitas quando tocamos em lugares menores. Sempre tentamos entreter o público e dar a ele um show inesquecível. Tudo que fazemos com o Tokio Hotel é grande, e desta vez estamos fazendo "shows bis" porque a primeira turnê foi tão bem sucedida que as pessoas pediram para fazermos mais uma vez. Houve uma demanda enorme. Provavelmente vamos tocar umas músicas novas e misturar no setlist para manter a coisa interessante, e também haverá uma produção muito grande com efeitos especiais, luzes e trocas de roupa. Nós sempre temos uma ideia para um clipe ou um show, e quando preparamos a turnê, nós escolhemos as nossas músicas novas favoritas e tentamos criar um show que os fãs novos e antigos gostem. Algumas pessoas cresceram com as coisas antigas e querem ouvir aquilo, e outras pessoas vêm para ouvir as coisas novas, já que nos descobriram mais tarde. Eles nem conhecem as músicas antigas. Sempre tentamos criar um show que seja emocionante para todos, até mesmo para nós. Às vezes tem músicas que tocamos tantas vezes, que começa a ficar chato; é como ter uma música de sucesso que todo mundo ama e não quer que mude nada nela. Existe uma linha muito tênue e, nesta turnê, vamos tocar praticamente todas as músicas novas.
Vocês foram ao estúdio para gravar Dream Machine com um show ao vivo em mente, ou foi ao contrário?
Nas outras turnês, tivemos uma produção tão grande que foi um desafio para nós desta vez. Estávamos com medo deste show porque os anteriores foram surreais. Questionamos como poderíamos melhorar ainda mais, porque a expectativa já estava muito alta. Dream Machine é muito mais sonhador e bem mais divertido, e não é tão difícil quanto o álbum anterior. Nosso iluminador e designer de palco da última turnê continuaram com a gente, porque gostamos de manter as mesmas pessoas envolvidas o tempo todo. Nós nos reunimos com eles e tentamos criar algo mais sonhador e diferente. Acho que fizemos um bom trabalho, e eu sinto que é o melhor show que já fizemos. Nos divertimos muito.
Vocês passaram por muita coisa desde o início difícil. Vocês pensam em voltar para aquele estilo de música e potencialmente incorporá-lo mais no seu som eletrônico atual?
A verdade é que músicas como "Monsoon" são muito diferentes das que fazemos agora. Isso foi há quase quinze anos! A banda mudou muito musicalmente, então há uma linha muito tênue quando se trata de mudar as músicas de uma maneira que se encaixe no setlist atual que tocamos e o que fazemos hoje musicalmente. Nós também queremos manter tudo autêntico, até mesmo sobre o que a música trata. Às vezes mudamos um pouco, mas os caras tocam muitos instrumentos hoje em dia. Tom raramente toca guitarra, para falar a verdade. Há apenas três músicos na banda, mas também há muitos sons diferentes. Nós ensaiamos bastante e sempre queremos tocar tudo. Em algumas músicas, nós trabalhamos com sete laptops, e realmente queremos dar o nosso melhor para tocar tudo isso ao vivo e processá-lo como fizemos no álbum. Há muita preparação envolvida.
Então, vocês se considerariam mais uma banda ao vivo do que de estúdio?
Acho que gostamos dos dois, para ser sincero. Tom, particularmente, gosta de estar no estúdio, ele vai para lá todos os dias para compor e produzir coisas diferentes. Ele gosta muito de estar no background. Como banda, nós gostamos dos dois lados, já que todos nós curtimos compor música. Eu gosto de estar no palco depois de um tempo, porque preciso me apresentar. Eu adoro estar no palco, então acho que, dos quatro, eu sou o que mais curte estar no palco. Amo o processo de criar um show ao vivo, mas o Tom não curte muito. Ele prefere estar no estúdio, mas, no geral, acho que sempre fomos uma banda ao vivo.
Você tem alguma ideia de qual direção você quer levar a sua música no futuro?
Acho que achamos nosso som no Dream Machine, e acredito que esta é a assinatura do que é o Tokio Hotel. É o álbum mais autêntico que já fizemos, já que não havia mais ninguém envolvido no processo. A gente até pode colaborar com alguns amigos compositores e produtores no futuro, mas gostamos de como fizemos este álbum. Nós só queremos nos divertir e, como estamos nessa fase da nossa carreira, nós realmente não queremos colaborar com essa merda de indústria da música. Não queremos nos comprometer com nada, e não estamos mais buscando hits comerciais. Agora o que importa é a nossa música e o show ao vivo, e que tudo isso signifique algo para nós. Em questão de direção e gênero, os próximos álbuns vão soar muito como o Dream Machine.
Obrigado pelo seu tempo e boa sorte!
Obrigado!
Tradução: Naah - LdSTH
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