segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Bullettmedia.com: Uma conversa com Tokio Hotel

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Depois de um hiato de cinco anos desde o seu último álbum Humanoid, Tokio Hotel está de volta e melhor do que nunca com uma nova obra-prima intitulada Kings of Suburbia. Um rápido afastamento do emo-punk, assinatura da banda tratada cuidadosamente que os tornou em uma sensação quando estrearam na Alemanha (antes mesmo de atingirem a puberdade), Kings of Suburbia parece um delírio de "Sonho de uma Noite de Verão", de Shakespeare, transportando o ouvinte por um mundo colorido inspirado no glamour, na vaidade e no romance de Los Angeles. Kings of Suburbia levou cinco anos para ser gravado, e é também o primeiro álbum que a banda produziu independente de uma grande gravadora, permitindo os integrantes a se deixarem levar com todo um arsenal de electro-pop, rock alternativo, e EDM. Prontos para fazer uma turnê pela Europa em março, nós ligamos para os príncipes internacionais do punk para discutir sobre a produção do seu álbum mais recente e o papel que a tecnologia tem na música contemporânea.

Vocês vão sair em turnê muito em breve. Como tem sido o processo de preparação para isso?
Bill: Na verdade, isso leva um tempo. Temos um grande local de ensaio na Alemanha, onde costumamos ir - acabamos de arrumar outro - nós vamos para lá e começamos a montar um setlist que faça sentido e o conteúdo para o show, que se encaixe visualmente com as músicas que queremos tocar. Todo o material visual vem primeiro, e depois vemos o que queremos fazer com as canções, e aí fazemos arranjos nas músicas com a banda. Normalmente pensamos quais instrumentos cada um de nós pode tocar e o que podemos fazer, e então passamos o setlist e tocamos canção por canção. Costumamos fazer isso por quatro semanas e, ao final dessas quatro semanas, nós começamos o ensaio geral com toda a equipe e caímos na estrada.
Tom: (risos) O único problema é que somos muito preguiçosos como banda, porque às vezes, em dias de ensaio, nós nos reunimos, comemos, fazemos uma pausa, tocamos uma música e fazemos outra pausa. E aí o dia já acabou!

Como o seu novo álbum, Kings of Suburbia, difere do seu trabalho anterior?
Bill: Kings of Suburbia acabou por ser muito mais eletrônico do que tudo que já fizemos antes. Nós meio que demos uma pausa depois que lançamos nosso último álbum. Acabou que a pausa durou mais tempo do que imaginamos, porque estávamos meio cansados e não sabíamos que tipo de música queríamos fazer. Não tínhamos mais inspiração, então tivemos que nos afastar um pouco da carreira para viver a vida e encontrar inspiração para música nova. Durante um ano, nós não fizemos nada e acho que foi bom porque, pela primeira vez, tivemos tempo para produzir, compor e pensar. Não tivemos nenhuma pressão da gravadora, o que foi ótimo, então fomos muito criativos e tentamos coisas novas. Com essa pausa, nossos gostos pessoais também mudaram e fomos a muitas festas, então grande parte do álbum foi inspirado na vida noturna de LA e nos DJs. Começamos a criar sintetizadores e coisas desse tipo. O resultado foi muito mais eletrônico, e foi a primeira vez que produzimos o álbum inteiro.

O que deu a vocês muito mais controle. Qual é a diferença, uma vez que vocês têm todas essas liberdades artísticas agora à sua disposição?
Tom: Nós realmente mergulhamos em toda a produção, desde a pré-produção, criação da demo, à produção final. Foi a primeira vez que fizemos isso. Uma vez que você realmente mergulhe em todo o processo, leva um tempo porque quando se está lá, você está à procura de amostras, está criando a parte da bateria, está sempre à procura do som perfeito. É muita liberdade e leva um tempo. Nesse meio tempo, nós nem tínhamos instrumentos porque queríamos fazer por conta própria no estúdio; nós fizemos tudo. Foi muito bom fazer toda a produção e decidir quando quer trabalhar com as pessoas e quando não quer.
Bill: E nós tivemos tempo para fazer isso. A verdade é que nunca tivemos tempo porque sempre estávamos na estrada e tínhamos que fazer um álbum em duas semanas.

Então vocês passaram o ano de folga compondo e se empenhando em redefinir o seu som?
Bill: Exatamente. Nós estávamos apenas vivendo a vida. Achamos que perdemos tanta coisa porque havíamos estado na estrada por muito tempo. Tom e eu morávamos na Europa, é por isso que mudamos para os EUA... para ter essa liberdade. Na Alemanha, não podíamos sair na rua porque estávamos trancados em casa e tudo isso por causa de segurança. Estávamos cansados disso e precisávamos dessa mudança para conviver com as pessoas, ir às festas e sair. Pessoalmente, em questão musical, a mudança para os EUA foi boa para nós.

Kings of Suburbia tem um toque eletrônico. Vocês formaram a banda no início dos anos 2000; como descreveriam a evolução do som do Tokio Hotel juntamente com os avanços tecnológicos na indústria da música?
Tom: Primeiramente, quando começamos no início dos anos 2000, não sabíamos como tocar nossos instrumentos. (risos) Tínhamos 12 anos. Quando começamos a escrever nossas músicas, nós só queríamos tocá-las. Não nos importávamos o quão ruim era, só queríamos estar no palco. Era muito divertido. A coisa boa sobre isso é que estávamos no palco e nos apresentando ao vivo, e é isso o que continuamos a fazer até hoje. Fizemos centenas e milhares de shows e realmente gostamos disso. Além disso, encontrar as coisas certas para transportar o som eletrônico para os locais de shows nem sempre é fácil, mas é algo que gostamos.
Bill: Nós começamos com instrumentos simples e, hoje em dia, estamos tentando muitas coisas novas. Todo mundo está tentando algo novo e até tocamos instrumentos diferentes no palco; sintetizadores, pianos, coisas assim.
Tom: A gravação também mudou muito. Começamos a gravar em uma base totalmente diferente no último álbum que lançamos em 2009, Humanoid. Fazíamos mudanças no estúdio enquanto estávamos no Skype e fazíamos gravações pela Internet com os nossos produtores que estavam na Alemanha, enquanto estávamos em LA! É muito estranho! Foi uma loucura para nós que isso era possível. Todas as novas técnicas e tecnologias dão muito mais oportunidades. Eu nem me lembro... Acho que nosso primeiro álbum, quando começamos a gravar em 2003, usávamos Logic 7 ou algo mais antigo que isso. É louco como todos esses programas de música se desenvolveram.

Bill, esta pergunta é para você... Eu estou na Internet agora olhando para um site de fãs dedicado a você. O que passa pela sua cabeça quando você vê algo assim?
Bill: O que é? Eu quero dar uma olhada!

É um Wikihow intitulado "How to Become a True Bill Kaulitz Fan" ("Como Se Tornar Um Verdadeiro Fã de Bill Kaulitz"). Tem passos sobre como ser você, embora ressalte que você não tem MySpace nem Facebook. Também menciona suas tatuagens.
Bill: Eu acho que é louco como nossos fãs são intensos, e eu digo isso de uma maneira boa. Eles nos apoiam muito. O fato de termos feito uma pausa de quatro ou cinco anos e eles ainda esperarem por música nova nossa - isso é louco!
Tom: Aqueles que tatuam Kings of Suburbia no braço, e coisas desse tipo... Eu acho que é o maior tipo de sucesso que se pode ter, se você tem pessoas e esses fãs que te apoiam e gostam de você durante todos esses anos, vão ao seus shows e compram sua música. Nós apreciamos muito isso e somos super felizes por ter isso.
Bill: Isso é ótimo para mim. Também pode ser difícil para uma pessoa às vezes, mas para a banda é ótimo.

Qual tem sido o seu país favorito para tocar?
Tom: Sempre que tocamos na América do Sul é ótimo. México é muito divertido.

Algum motivo específico?
Bill: Simplesmente porque as pessoas de lá são loucas! Eu amo isso. Nós fomos para lá para dar uma sessão de autógrafos, e a última vez que fizemos um show lá, tivemos que fazer uma pausa porque a situação estava fora de controle. Os seguranças nos pediram para sair do palco, então tivemos que ligar as luzes e sair porque as pessoas estavam caindo umas nas outras. Foi muito louco! Eles gostam muito da nossa música. Para um artista, esse tipo de energia é insano.



Tradução: Naah - LdSTH
Fonte

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