terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Entrevista de Bill & Tom para a rádio alemã 1LIVE - 15.12.2014 - Tradução Parte 1
(Até 8:30)
"De Monsun para a Westcoast"
Ingo Schmoll: Há nove anos, o primeiro single e o primeiro álbum da banda Tokio Hotel, de Magdeburg, eram lançados. Todos nós sabemos o que aconteceu depois. Houve uma histeria em massa entre os adolescentes, a banda vendeu milhões de álbuns, não só na Alemanha, como também no exterior. Eles ganharam todos os prêmios imagináveis, exceto o Grammy, nos anos seguintes. Entre outros, o "1LIVE Krone" em 2007, que foi dado a vocês no palco por quem...?
Bill (risos): Por você!
Ingo: Vocês eram muito jovens quando viveram tudo isso, quantos anos tinham? 15, 16?
Bill: É, 15 ou 16...
Ingo: Mas a histeria do Tokio Hotel teve seu preço, vocês não podiam mais ir a nenhum lugar livremente devido a grande quantidade de fãs e, em 2010, os gêmeos Bill e Tom puxaram o freio e fugiram para Los Angeles, Gustav e Georg permaneceram na Alemanha. Isso aconteceu há quatro anos. O novo álbum "Kings of Suburbia" foi lançado no início de outubro, e eu estou em Los Angeles com Bill e Tom. Por favor, diga onde estamos agora.
Bill: Nós estamos no estúdio "The Village", em Santa Monica.
Ingo: 1LIVE, uma hora com Tokio Hotel em LA...
Ingo: 1LIVE com Tokio Hotel, ou melhor, metade da banda. Estou em um grande estúdio de música em LA com Bill e Tom, onde ambos moram. Bem, não aqui no estúdio, mas na cidade.
Tom: Aqui no estúdio também... (risos)
Ingo: Qual é a sua ligação com este estúdio, "The Village"?
Bill: Bem, nós o descobrimos há algum tempo e achamos o prédio bem legal porque é um estúdio antigo, onde muitas pessoas já gravaram e tem o cheiro clássico de estúdio, o que outros estúdios não têm mais.
Tom: Sim, é um bom ambiente.
Bill: Exatamente, e gravamos algumas coisas para o álbum aqui, gostamos muito de vir aqui, por isso alugamos às vezes.
Ingo: Vocês sabem quem já gravou aqui?
Tom: Sabemos um pouco, mas acho que a questão é quem não gravou aqui. Mas há algumas celebridades incríveis, lendas, entre outros Aerosmith, que é a nossa banda favorita, por exemplo. Mas todo mundo já gravou aqui, há estúdios particulares também, por exemplo, John Mayer tem seu estúdio particular aqui nessa região, e eu acho que outras pessoas também têm estúdios particulares.
Ingo: Pink Floyd...
Tom: Pink Floyd também gravou aqui...
Ingo: E vocês conseguem sentir este espírito nessas salas?
Bill: Sim, eu tenho a sensação de que ainda há também o cheiro de todas essas coisas técnicas...
Tom: Sim, aqueles dispositivos antigos que são incríveis também. Gostamos de vir aqui para gravações ao vivo com a banda. É simplesmente incrível, é um estúdio típico, onde você traz o som que fez no computador e adiciona alguns elementos ao vivo com a banda.
Ingo: Vocês ainda lembram de quando tomaram a decisão de se mudar para cá [LA]?
Bill: Foi uma decisão relativamente espontânea, primeiro queríamos ter uma segunda casa aqui, onde seria nosso refúgio de vez em quando, e queríamos manter nossas coisas na Alemanha, mas algumas pessoas invadiram nossa casa, isso aconteceu no nosso aniversário de 20 anos e aí perdemos a última coisa que tínhamos na Alemanha, não sabíamos para onde ir. Então dissemos "Ok, antes de criar uma nova prisão para nós mesmos em algum lugar na Alemanha, vamos fugir de verdade". E, acho que, dentro de quatro semanas, nós pesquisamos uma casa na internet, pegamos nossa família, amigos e nossos cachorros, e fomos para LA. Nunca mais voltamos.
Ingo: E este roubo, vocês sabem quem foi?
Bill: Não, naquela época havia sempre muitas pessoas na frente da nossa casa e também tínhamos seguranças lá o tempo todo. Certamente foi uma delas [pessoas que ficavam na frente da casa] e tenho certeza que todos viram, mas ninguém quis nos ajudar, nem mesmo a polícia. Eles nunca descobriram quem fez isso. Eu só sei que tudo estava revirado em casa e todas as minhas cuecas estavam no chão.
Ingo: Cuecas?!
Bill: Sim, vasculharam em todos os lugares e tiraram fotos de tudo. Aí eu disse "Não posso mais ficar aqui".
Tom: Mas eu acho que todo mundo sabe que, não importa se é uma pessoa privada ou não, mas todo mundo que teve sua casa invadida sabe, eu acho. É uma sensação horrível. De certa forma você se sente estuprado porque essa é a sua privacidade e ninguém quer que todo mundo saiba o que tem na sua cabeceira. Não que eu tenha algumas coisas estranhas... (risos) Estou brincando, mas é realmente assim, você se sente estuprado, de certa forma. Quando chegamos em casa, nós vimos as cinzas dos nossos cinzeiros no chão, já não era mais a nossa casa. Mas, em geral, não é que estamos conectados a LA, isso aconteceu espontaneamente. Bill quer se mudar para Nova York, e eu quero ir para um lugar que seja mais incomum, não necessariamente uma metrópole, mas onde tenha algumas coisas legais para fazer. Talvez uma turnê de moto por um ano na Índia, ou cair na estrada com uma mochila...
Ingo: Você o acompanharia?
Bill: Bem, é claro que eu o acompanharia.
Tom: Mas ele não tem habilitação de moto.
Bill: Exatamente, essa é a primeira coisa. Mas eu não consigo imaginar fazer isso por muito tempo. Devo dizer que sou uma pessoa urbana. Eu também gosto de calmaria e natureza, mas consigo imaginar ir para a Índia e depois fazer uma viagem lá por dois meses ou mais, mas morar lá... Eu realmente me sinto confortável em cidades grandes, Nova York, por exemplo. Eu amo ir para lá, eu simplesmente gosto. Também tenho a sensação de que eu saio muito mais do que o Tom, gosto de estar entre pessoas, gosto dessas cidades grandes.
Ingo: Vocês já falaram sobre a "gaiola de ouro", como era um dia típico do Tokio Hotel na Alemanha quando vocês ainda moravam lá?
Tom: Era sempre muito organizado. Bem, em primeiro lugar, estávamos na estrada o tempo todo. Em alguns anos nós passamos de 320 a 340 dias na estrada, no mínimo. E então você volta para casa depois de uma turnê e se sente como em uma prisão. Porque você nem sabe... bem, você está nesta bolha de turnê, quando tem todas essas pessoas ao seu redor: assistentes, managers, managers da turnê, e as pessoas que gerenciam tudo para você.
Bill: O dia é sempre automaticamente dirigido por outros. E é isso que me deixa super infeliz depois de um tempo, porque eu realmente não quero isso na minha vida. Não dá para simplesmente sair disso, quando você quer ir ao cinema e assistir a um filme ou comer uma pizza em algum lugar. Você sempre tem que avisar alguém antes para que eles liguem para os seguranças, que ligam para o local... então tudo precisa de uma grande programação, mesmo se você quiser beber um café em algum lugar, precisa ser planejado e agendado.
Tom: Parece que estamos reclamando sobre problemas de primeiro mundo, o que na verdade é porque...
Bill: Realmente é, porque também tem seu lado bonito, divertido, eu gosto de estar na estrada, mas é preciso encontrar o equilíbrio.
Tom: Queremos ter o outro lado agora...
Bill: Exatamente, você também tem que ficar sozinho de novo por um tempo, e viver por conta própria...
Tom: Aí você pode aproveitar de forma diferente quando está em turnê com a banda e na estrada com todas aquelas pessoas, quando você está do outro lado.
Ingo: Em entrevistas na TV, vocês disseram que não fizeram nada no primeiro ano. O que é "não fazer nada"?
Bill: Bem, não fazer nada para nós era levantar de manhã e não ter nada agendado. Não tínhamos um prazo para o álbum, não tínhamos nada no nosso calendário, e por um ano nós só fizemos o que queríamos fazer todos os dias. Levantávamos de manhã e dizíamos "Hoje queremos ir ao parque de diversões...", então íamos ao parque.
Tom: Depois jogávamos paintball, andávamos de kart...
Bill: Sim, ou íamos a um show, festivais...
Tom: Apenas coisas normais, íamos à "Bed, Bath & Beyond" (loja americana) para comprar panelas e essas coisas...
Ingo: Panelas?! (risos)
Bill: Sim. Porque não tínhamos nada quando chegamos aqui, só tínhamos nossas malas. Primeiro mobiliamos nossa casa e compramos coisas novas. E depois também fomos a muitas festas. Acho que eu saí todos os dias...
Tradução original: Herzblut @ TokioHotel_Info
Tradução para Português BR por: Naah - LdSTH
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