sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Indie nº 44/2014 (Alemanha) - Tradução!
"Às vezes nossas brigas são intensas"
Nós nos encontramos com o Tokio Hotel em L.A.
Bill e Tom Kaulitz - dois nomes que encarnaram a histeria adolescente e as fantasias sexuais pré-adolescentes de seu, na época, na maioria das vezes, público feminino emo em meados dos anos 2000, embora o gênero emo nem sequer existia naquela época. Com sua banda, Tokio Hotel, os gêmeos idênticos subiram nas paradas europeias sem quaisquer deslizes após abandonarem a escola e se mudarem de sua vila perto de Magdeburg. E eles também estavam envolvidos em várias colunas de fofocas de revistas, pelo menos uma vez por semana quando sua carreira decolou. Em 2010 eles deram um fim nisso: Se refugiaram no anonimato de Los Angeles. Muito longe da Alemanha e de seus fãs. E da mídia. A grande pausa após conquistarem tudo que se podia conquistar lá. E eles eram menores de idade quando tudo isso aconteceu. Com seu novo álbum "Kings of Suburbia", o Tokio Hotel está de volta. Bill e Tom Kaulitz - dois irmãos, um retorno aos 25 anos de idade.
Indie: Por que a longa pausa e a mudança para L.A.?
Bill: Nós simplesmente não queríamos mais ser o centro das atenções. Tom até - temporariamente - não tinha certeza se ainda queria continuar na banda e me pediu para procurar um novo guitarrista. Ele ainda trabalharia com a gente no estúdio, mas não queria mais estar na mídia.
Tom: Fomos manchete na Alemanha de novo. Acabamos na primeira página de várias revistas falando sobre coisas particulares aleatórias - não havia mais um equilíbrio: Não éramos manchete por causa da nossa música, mas sim por causa de qualquer coisa que fazíamos ou deixávamos de fazer em nosso tempo livre. Essa foi a razão pela qual eu simplesmente não queria mais fazer isso - queria parar. Nenhum de nós queria continuar sob estas circunstâncias.
Bill: Além disso, eu nem sabia sobre o que eu queria escrever depois do último álbum que lançamos, uma vez que já havíamos falado sobre tudo o que queríamos falar nos nossos álbuns anteriores. Já estava na hora de ter nossa vida privada de volta, o que não era possível na Alemanha. Tudo estava completamente fora de controle. Em algum momento, nós simplesmente começamos a fugir da nossa própria carreira e não queríamos mais ter nada a ver com o Tokio Hotel. O plano era ter tudo sob controle primeiro e depois pensar em lançar um novo álbum.
Indie: Um novo começo aos 21 anos, em uma cidade em que não conheciam ninguém, depois de serem seguidos por groupies em todos os lugares - como é a sensação de ter uma vida privada de novo?
Bill: A sensação é inacreditavelmente boa, ser capaz de fazer coisas normais de novo - como sair para tomar café em algum lugar ou simplesmente ir ao supermercado e encher nossa própria geladeira com comida. Depois que saímos da escola aos 15 anos de idade, não fomos mais capazes de fazer essas coisas. Esta é a primeira vez que podemos ter uma vida privada, uma vida real como adultos desde que nossa carreira decolou. No começo foi muito estranho, porque não estávamos mais acostumados com isso, mas em algum momento começou a ser divertido para nós de novo, principalmente quando eu percebi que podia basicamente desaparecer em L.A., já que ninguém sabe quem eu sou aqui. Eu era apenas uma das muitas pessoas que passam pelos outros na rua. Antigamente nós fazíamos parte do Tokio Hotel o tempo todo. Hoje em dia nós encontramos um equilíbrio. Temos uma vida privada e só somos o Tokio Hotel quando trabalhamos. Acho que nunca nos sentimos tão equilibrados como estamos agora. Levamos um tempo para nos perguntar e descobrir quem somos como uma pessoa privada - o que gostamos ou não e quem somos. Temos hobbies, algo que não era possível antes. Se você não cresce e se desenvolve como pessoa, você também não vai conseguir fazer nenhuma dessas coisas quando se é um artista. Olhando para trás, a pausa não foi benéfica apenas para a banda, mas também para nós como pessoas. Simplesmente não podíamos mais continuar assim.
Indie: Seu novo lar recém-escolhido, Los Angeles, parece ter tido uma grande influência no novo álbum, já que não teria sido assim em Magdeburg.
Bill: Definitivamente não. Quando penso em Magdeburg hoje, fico apavorado. É uma cidade extremamente deprimente. Mas L.A. não tem muito a ver com esse álbum. Na verdade, é o contrário para mim: Tenho que dizer que acho L.A. muito chata. Tudo acontece muito cedo; as boates fecham às 2 da manhã - a vida noturna na Europa é muito mais animada. O álbum reflete o nosso próprio sentimento particular da vida com o grande luxo do anonimato.
Indie: Com o tempo fica mais fácil ou mais difícil fazer música como irmãos?
Bill: É a mesma coisa. Mas tenho que dizer que não temos essa típica conexão de irmãos como outros têm, porque somos gêmeos idênticos. É difícil explicar para as outras pessoas que não somos apenas irmãos, mas sim que, na verdade, somos iguais em uma série de aspectos como pessoas. Vivemos juntos e também passamos todos os dias juntos nos últimos cinco anos, mesmo sem o Tokio Hotel.
Tom: A questão da necessidade de uma pausa de um do outro ou de morar sozinho nem sequer surge. Nós fazemos tudo juntos e sabemos tudo um do outro - somos basicamente uma pessoa. Mesmo que eu seja, geralmente, o mais simpático dos dois.
Indie: Vocês moram juntos - quem é o responsável por lavar os pratos?
Bill: Nenhum de nós, somos preguiçosos. Na maioria das vezes nós deixamos para nossa empregada fazer para nós. Mas se há algo importante para fazer - em questão de tarefas - nós também fazemos isso juntos.
Tom: Mas eu sou o único que dirige. Bill nunca dirige. Eu sou sempre o motorista, o que é bom - é assim que deve ser. Fico enjoado quando tenho que sentar no banco do passageiro. Odeio sentar no banco do passageiro e ter alguém para dirigir para mim. Amo dirigir carros, motos e vou ter que me acostumar com alguém nos levando para os lugares quando entrarmos em turnê. Eu até gostaria de dirigir o ônibus de turnê por conta própria!
Indie: Portanto, não há atrito entre vocês dois?
Bill: É bem raro. Não é que nunca brigamos. Quando brigamos, fica muito intenso, mas não somos do tipo que guarda mágoas um do outro para sempre. A ligação entre gêmeos idênticos é um pouco mais forte do que a que existe entre irmãos. E não sabemos o que é não ter isso. Compartilhamos todas as nossas experiências um com o outro. Não há literalmente nada que eu conte para o Tom sobre o meu dia que ele já não saiba, porque ele estava lá e vivenciou comigo. Vivemos uma vida completamente idêntica.
Indie: Qual é o tema que vocês brigam com mais frequência?
Tom: Isso depende da situação; na maioria das vezes é sobre trabalho. Raramente brigamos sobre coisas particulares. O lado bom das nossas brigas é que eu conheço o Bill como a palma da minha mão, portanto, eu posso provocá-lo até que se intensifique. Ninguém consegue provocá-lo mais do que eu - e, por sua vez, ninguém consegue me provocar mais do que o Bill. Quando brigamos sério um com o outro, acabamos falando muito alto e fica tão intenso, que as outras pessoas geralmente saem da sala com dor de cabeça.
Bill: As pessoas geralmente nos perguntam como conseguimos olhar para a cara do outro depois de uma briga tão intensa, mas após alguns minutos, já está tudo esquecido.
O álbum de retorno do Tokio Hotel, "Kings of Suburbia", foi lançado em 3 de outubro (Universal Music).
Tradução original: Icey @ LoveTHMusic.com
Tradução para Português BR por: Naah - LdSTH
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