Mudança na sonoridade deve guiar os passos futuros do grupo.
Os cinco anos que separam o novo álbum do Tokio Hotel de seu antecessor parecem terem servido para que os integrantes da banda alemã fizessem uma imersão na sonoridade da música pop e eletrônica da década de 1980 até os anos de 1990. Esta é a impressão ao ouvir o novo trabalho, “Kings of Suburbia”.
Não que o disco soe datado, mas os arranjos, prioritariamente eletrônicos e manjados, criam essa ponte com os anos 80 e distanciam este novo material dos álbuns anteriores do Tokio Hotel. Portanto, é difícil imaginar como os fãs que cresceram ouvindo aquele pop rock alternativo vão receber “Kings of Suburbia”.
Este é o quinto disco de estúdio na carreira do Tokio Hotel e o primeiro a ser lançado apenas em inglês, já que os discos anteriores também foram lançados com versões das músicas no idioma natal do grupo.
“Kings of Suburbia” está disponível em diferentes formatos: CD padrão com 11 faixas, deluxe com 15 faixas e DVD, vinil duplo com 15 músicas, caixa especial e arquivo digital. A mudança na sonoridade da banda já é percebida na faixa de abertura, “Feel it All”. E aí eu penso o que os outros integrantes do grupo, além do vocalista Bill Kaulitz, fizeram nesta música. Será que todo mundo tocou um sampler, um teclado ou algo assim? Porque não há nada além dos eletrônicos.
A seguinte “Stormy Wheater” segue a mesma linha, mas pelo menos dá para ouvir uma guitarra aqui e ali de Tom Kaulitz, ainda que seja totalmente cheia de efeitos. Assim como também é o vocal de Bill Kaulitz. Em alguns momentos quando entra a guitarra quase dá a impressão que a música vai virar algo no estilo nu metal. Mas fica só na impressão mesmo.
Talvez o ápice das influências oitentistas esteja em “Love Who Loves You Back” e sabe o que é pior? A música não é de toda ruim não. Como canção isolada até que dá pra curtir de boa.
Alguma reminiscência do que foi a banda está em “Girl Got a Gun”. E isso não significa que seja algo positivo. Cheia de efeitos, onde nada parece orgânico e natural, é a música para temporada, daquelas que talvez anime a festinha, mas que depois ninguém vai se lembrar. A não ser se algum dia haja um tenebroso revival desse tipo de coisa.
Sabe aquele lance dos anos 80? Então, ouça a faixa título e me diga se não mergulharam naquela fonte. Mais uma vez, talvez o problema seja a falta de identidade. Ou será que eles realmente acham que inovaram em alguma coisa?
Se o Tokio Hotel se diferenciava de outras boy bands pelo fato de tocarem suas músicas e não ficarem apenas de micagem no palco, talvez com este novo trabalho isso mude um pouco. Enfim, não se pode negar que o grupo foi ousado ao mudar tanto sua sonoridade. E isso vai ser um teste junto aos fãs. O resultado certamente guiará os passos no próximo disco.
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