quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Interview Edição de Novembro/2014 (Alemanha) - Alfabeto do Tokio Hotel - Tradução completa!
"Através da Monção" e eles estão de volta. Cinco anos depois do último álbum, a fuga para a América e um processo de amadurecimento inevitável, Tokio Hotel se mostra como uma banda completamente renovada - mais internacional, mais eletrônica e com penteados diferentes. Mas, ao invés de partes, Bill e Tom Kaulitz só sabem escrever a história da banda como uma continuidade. Como eles insistiram em estar no palco como uma dupla em B de Black Questionmark, e de repente fizeram sucesso como Q de quarteto, encontraram em L.A. o F de Freiheit (liberdade) que estava faltando, causaram uma histeria em J de Jerusalém no meio tempo, mas essas são coisas que P de Pumba não sabe de nada porque o bulldog inglês não era nem nascido naquela época. Bem-vindo ao grande alfabeto do Tokio Hotel!
Por Harald Peters
Fotos por Brad Elterman
A
Tom Kaulitz: Autobahn!
Bill Kaulitz: Oh sim, faz muito tempo que não dirigimos na Autobahn!
Tom: A Autobahn é uma das minhas coisas favoritas na Alemanha. É o que eu mais sinto falta quando estou em LA: dirigir rápido, sem limite de velocidade, anarquia.
Entrevistador: E menos trânsito?
Bill: O trânsito em LA é um horror. Eu não dirijo em LA, na verdade não dirijo em lugar nenhum.
Entrevistador: Tom, você tem uma boneca ao seu lado no banco do passageiro, assim você tem permissão para dirigir pelo acostamento quando está sozinho?
Tom: Não, eu sempre tenho o Bill ao meu lado.
B
Entrevistador: Eu tenho duas palavras-chave para B.
Tom: Bill?
Entrevistador: Exatamente.
Tom: Bill, não muito bonito (risadas do Bill), menos rico...
Bill: ... o gêmeo menos favorecido.
Tom: Sim, exatamente!
Bill: Você vai ter que explicar isso agora, Tom!
Tom: Bem, em relação à aparência, é bem óbvio, não tem muito o que explicar nesse sentido. Ele é mais novo, mais ingênuo. E também é ele quem carrega toda a responsabilidade, em questão de trabalho.
Bill: ... Esse sou eu.
Tom: Não, você é o gêmeo menos afortunado.
Bill: Qual é a segunda palavra-chave?
Entrevistador: Black Questionmark.
Bill: Ah, o primeiro nome da nossa banda. Nem lembro mais quantos anos nós tínhamos naquela época, mas achávamos o nome muito legal.
Tom: Não foi inspirado na música da Nena?
Bill: Não, o nome da música dela é Fragezeichen (Ponto de interrogação). Mas não era sombrio o suficiente para nós, então pensamos em "Black Questionmark" e traduzimos para inglês.
Tom: Achávamos que soava mais internacional e bem misterioso.
Entrevistador: Como era o Black Questionmark?
Bill: Era apenas Tom e eu. Naquela época havíamos acabado de começar a escrever nossas primeiras músicas, e de certa forma, nós éramos diferentes das outras bandas. Elas ensaiavam suas músicas até conseguirem tocá-las. Mas quando nós escrevíamos uma música, a primeira coisa que queríamos fazer era tocá-la no palco.
Tom: O problema era: Nós não tínhamos habilidade nenhuma. Eu só sabia tocar quatro acordes na guitarra.
Bill: E eu tinha um teclado em que eu apertava algumas teclas, aí ele tocava baixo e bateria sozinho. Aquilo foi o começo de tudo.
Tom: Mas nós já tocávamos no "Gröninger Bad" com aquilo, onde fomos descobertos pelo nosso produtor mais tarde.
Entrevistador: O seu público era grande naquela época?
Bill: Cerca de 15, 20 a 30 pessoas.
C
Bill: Não consigo pensar em nada com C.
Entrevistador: Comeback (retorno)?
Tom: Oh, essa é boa!
Bill: Para nós, retorno é uma palavra difícil, porque temos uma visão diferente. De fato, o último álbum foi lançado há cinco anos, mas depois disso fizemos turnê por muito tempo. Por exemplo, na América do Sul e em 2011 fomos para o Japão e Rússia. Logo depois fizemos uma pausa por um ano e então começamos a trabalhar no novo álbum. Portanto, para nós, não é um retorno.
D
Tom: D? D de Dora. Bill, você tem algo a dizer sobre sua ex-namorada?
Bill: (risos)
Tom: Drums (bateria) me vem à cabeça. Eu sempre quis ser baterista.
Bill: Sinceramente, Tom seria um melhor baterista. (risos) Quis dizer que ele se sairia melhor se fosse baterista do que guitarrista. Porque ele está sempre batucando em tudo.
Entrevistador: Isso significa que você seria um baterista incrivelmente bom ou que você não é um bom guitarrista?
Tom: Acho que eu seria incrivelmente bom.
Bill: A questão é que o Tom toca guitarra no palco, mas ele faz de tudo no estúdio. Ele também produziu esse álbum.
Tom: A verdade é que eu não sei tocar nenhum instrumento realmente bem. Mas posso tocar um pouco de tudo e sou criativo o suficiente para fazer isso soar bem.
Entrevistador: Também tenho Devilish aqui.
Tom: Devilish resultou do Black Questionmark.
Bill: Foi nossa primeira formação verdadeira da banda, já com Georg e Gustav, o precursor do Tokio Hotel.
Tom: Você pode ouvir duas músicas daquela época na versão Super Deluxe do novo álbum.
Entrevistador: Elas são boas?
Bill: Não!
Tom: Espera! Eu ouvi as músicas e achei incríveis. Quantos anos tínhamos quando as gravamos? Doze ou algo assim. Bem, são boas para aquela época! Eu lembro que fiquei muito animado na hora.
Entrevistador: DSDS?
Bill: Não vamos fazer isso de novo.
Entrevistador: Deutsch (alemão)?
Tom: Nós ainda falamos em alemão, até mesmo nos EUA. A propósito, acho muito constrangedor quando alemães usam palavras em inglês no meio da frase...
Bill: ... eu faço isso direto.
Tom: Sim, eu também. Mas acho muito constrangedor.
E
Entrevistador: EDM (electronic dance music = música eletrônica)?
Tom: E. D. M.
Bill: Não posso dizer muito sobre isso.
Tom: Nem eu. Uma outra palavra com E? Eargasm (orgasmo auditivo = quando você ouve uma música muito boa), excessivo fim de semana... Acho que o Georg deve saber alguma coisa. Georg?
Georg: Eletrônica!
Tom: Certo, música eletrônica tem sido muito importante para nós nos últimos anos. Bill e eu fomos a muitas festas, ouvimos muita música eletrônica, fomos a vários festivais, EDC em Las Vegas e Coachella, e é por isso que o álbum é tão influenciado por essas coisas.
Entrevistador: Mas era isso o que eu queria dizer com EDM.
Tom: Mas EDM é um termo que, bem, todo mundo usa e significa tudo e nada ao mesmo tempo.
F
Tom: Faul (preguiça)!
Bill: Freiheit (liberdade)! Essa é a coisa mais importante para mim. Mas no nosso trabalho, liberdade é o maior desafio. Em relação ao trabalho criativo nós temos toda a liberdade do mundo, é claro, mas em relação ao resto, tipo vida privada, é mais difícil. Principalmente quando nossa vida na Alemanha não tinha mais nada a ver com liberdade. Por isso fomos para a América e recuperamos nossa vida privada. Lá nós podemos simplesmente sair de novo.
Entrevista: Porque ninguém reconhece vocês ou porque todo mundo, de alguma forma, é famoso em LA?
Tom: As duas coisas.
Bill: Você pode se esconder na multidão facilmente. É só colocar um boné, abaixar a cabeça e você não vai mais chamar atenção. Tem tantas pessoas loucas, principalmente em Venice e Santa Monica, todos os músicos e atores ficam nessas praias, todo mundo quer estar no mundo do entretenimento e quer chamar atenção. Tom e eu conseguimos passar despercebidos nesses lugares. Principalmente em questão de paparazzi, já que eles têm que decidir em qual hotel ou festa eles querem ir à noite, porque as celebridades estão andando pela cidade o tempo inteiro. Então nós podemos descansar e relaxar.
G
Tom: Girl Got A Gun.
Bill: Espere, eu não ia falar outra coisa com G?
Tom: Georg e Gustav. Os Gs, como eles também são chamados.
Bill: Bem, não há necessidade de falar nada sobre isso. (risos)
Tom: Não, senão ficaria chato e as pessoas virariam a página imediatamente. Vamos ficar com Girl Got A Gun.
Bill: Sim, foi uma das primeiras músicas que escrevemos para o novo álbum.
Tom: Também tem um clipe para essa música, provavelmente o melhor clipe do Tokio Hotel.
Entrevistador: No clipe três mulheres zangadas estão atrás de um monstro peludo personificado e erotizado.
Bill: Sim, é o Toko, nosso bicho de pelúcia com um grande pênis. Primeiro queríamos colocar transsexuais atrás dele no clipe, mas decidimos usar drag queens, porque foi mais fácil para o elenco.
H
Entrevistador: Haare (cabelo)!
Bill: Cabelo? Cabelo, cabelo, cabelo. Eu mudo o meu às vezes, mas isso não é muito importante para mim.
Entrevistador: Eu pensei que você tinha muitas perucas.
Bill: Não, eu tenho uma, uma peruca de cabelo comprido, que foi feita do cabelo que eu tinha no DSDS.
Entrevistador: É confortável?
Bill: Muito! Foi feita sob medida e é super confortável. Na verdade eu quero usar mais perucas, é mais fácil. Assim não vou ter que ficar no cabeleireiro por muito tempo, não vou ter que tingir meu cabelo e posso simplesmente mudar o penteado se eu quiser. Fico me perguntando porque não pensei nisso antes. Antigamente as pessoas pensavam que meu cabelo preto era peruca. Mas não era. E era muito desgastante: Todas as manhãs eu passava uma hora e meia arrumando meu cabelo. Um dia certamente eu morreria de tanto spray de cabelo que eu aspirei. Todo mundo que testemunhou isso naquela época ficou com trauma, eu também fiquei. Mas agora, acho que vou fazer algumas perucas para usar na turnê.
Tom: Estamos muito ansiosos para ver isso.
I
Tom: Internacional! O fato de termos nos lançado para o exterior desde 2007, 2008 - e que isso deu super certo para nós desde o início - definitivamente contribuiu para um certo relaxamento. Porque o mercado é diferente agora e não se depende mais de um único marketing, então temos mais liberdade no nosso trabalho.
Bill: Mas nunca planejamos nos lançar para o exterior. Simplesmente aconteceu.
Entrevistador: Vocês têm uma imagem diferente nos outros países?
Bill: Nos EUA somos vistos como uma banda legal de indie rock. Nossa idade nunca importou para eles. Todo mundo lá começa a carreira no showbiz aos 6 anos, de qualquer forma. Quase fomos considerados velhos aos 18 anos.
Tom: A única coisa que é igual no mundo inteiro é que eu sou o membro mais popular da banda. Tentamos mudar isso algumas vezes porque seria melhor se o vocalista fosse o principal...
Bill: ... mas não nos importamos mais com isso.
J
Bill: Jerusalém, fizemos um show lá em 2008. E pouco antes do concerto, a Embaixada Alemã nos convidou para um passeio pela cidade, que não havia sido anunciado antes. Foi muito legal, mas o problema é que eu já estava com a minha roupa (traje) que ia usar no palco.
Tom: Legal você se referir às suas roupas como trajes. (risos)
Bill: Enfim, eu já estava com a minha roupa que ia usar no palco, meu cabelo estava cheio de laquê, minha maquiagem estava pronta e fomos a vários lugares sagrados... As pessoas nos olhavam e pensavam "O que está acontecendo?", eu me senti muito desconfortável. Eu era a aberração do lugar.
Tom: Mas o concerto foi ótimo.
Entrevistador: Eu tenho outra palavra-chave: Jugendpreis Fernlernen [é um prêmio que os gêmeos receberam por concluírem o Ensino Médio].
Tom: Temos muito orgulho desse prêmio. (risos)
Bill: Acho que só recebemos isso para que a mídia pudesse falar algo sobre.
Entrevistador: Como é o prêmio?
Tom: Vamos dizer que o prêmio não é bonito, mas ganhamos alguns que são piores ainda. Por exemplo, o "Echo" não é muito bonito. E quando ganhamos o "Goldene Stimmgabel" uma parte dele já veio quebrada. Quais outros prêmios já ganhamos?
Bill: O "Golden Penguin"...
Tom: Verdade, o "Golden Penguin", outro clássico. Esse é o "Bravo-Otto" austríaco, por assim dizer. O "Bravo-Otto" é muito bem feito. Os prêmios que sempre quebravam muito rápido eram os "Comets".
Entrevistador: Por quê quebrados? O que vocês faziam com os prêmios?
Bill: Bem, quando nos mudávamos para uma outra casa, eles caíam às vezes.
Tom: A maioria já quebrava nos bastidores.
Bill: Eu já arranquei um dente meu com o prêmio "Bambi". (risos)
K
Entrevistador: Kings of Suburbia.
Bill: Eu tive a ideia do título do álbum no ano passado, quando estávamos no carro aqui na Alemanha a caminho para nos encontrar com Georg e Gustav. É um sentimento que você tem quando é criança, quando você acha que é o rei do próprio universo.
Tom: É uma mistura de auto-confiança e uma sensação de liberdade, eu ainda sinto isso hoje em dia. Quando se está em uma festa com amigos ou algo bom acontece com você. Um sentimento que é extremamente bom e importante, até mesmo quando se trata do próprio universo, que geralmente não é importante. E tivemos esse sentimento ao criar algo essencial na produção do álbum, por isso se tornou o título.
L
Entrevistador: Leipzig, Loitsche, LA.
Bill: Oh, nunca reparei nisso...
Tom: O que vem depois de LA? Lima?
Bill: Las Vegas! Mas, na verdade, não temos muitas lembranças de Leipzig porque só nascemos lá, e nos mudamos para Hannover antes do nosso aniversário de 1 ano. Moramos lá até os 6 ou 7, então nos mudamos para Magdeburg e de lá para Loitsche. A maioria das nossas lembranças é de quando morávamos em Loitsche, e não foi legal viver lá.
Tom: Ah, não foi nada legal.
Bill: E LA é uma cidade bem chata.
Tom: Um grande subúrbio.
Bill: Eu adoraria me mudar para Nova York.
Entrevistado: Mas Nova York não começa com L. Vocês poderiam se mudar para Long Island, nesse caso.
Bill: Eu quero ter uma segunda casa em Nova York.
Tom: Acho que devemos continuar com esse negócio da letra L.
M
Entrevistador: Monsun.
Bill: Uma música super importante para nós...
Tom: ... a qual vamos ter que tocar nos nossos shows pelo resto das nossas vidas.
Bill: Mas eu não me canso de cantá-la no palco.
Tom: Mas chegou a hora de modificá-la, senão vai ser difícil atingir o tom.
Bill: Mas tocamos ela na última turnê, né?
Tom: Sim, mas naquela época o som das guitarras já estava mais baixo.
Bill: Ok, então vamos ter que modificá-la.
N
Entrevistador: Não consegui pensar em nada com N.
Tom: Um dos seus filmes favoritos não começa com N? Bem, seu filme favorito é Titanic. Mas vamos falar sobre isso depois quando chegar na letra T. (risos)
Bill: Vamos de "Night Life" (vida noturna).
Tom: Muito bem!
Bill: A vida noturna foi a maior inspiração para mim neste álbum, porque eu pude sair livremente pela primeira vez e eu amo sair. Nos últimos quatro anos eu saí muito, talvez até demais. Poderia ter usado esse tempo para fazer outras coisas. Também tentamos sair na Alemanha, mas não era tão legal por causa das razões já conhecidas. Mas em LA nós finalmente pudemos mergulhar na vida noturna. Se eu fico em casa e não saio no fim de semana, eu fico depressivo.
O
Bill: Que tal "On The Road" (na estrada)?
Tom: Ok.
Bill: Muitas pessoas acham que a vida de turnê é muito divertida, mas na verdade eu acho que é a parte mais desgastante do nosso trabalho.
Tom: Todo mundo deve saber que o clichê Rock'n'Roll e festa não é verdade, alguns artistas têm isso, mas...
Bill: Festa e Rock'n'Roll? Bem, isso não acontece comigo. Na estrada eu estou sempre focado em não ficar doente, aguentar três meses, me apresentar todas as noites e ficar em pé no palco. Isso me esgota muito. Tenho que beber chá o dia todo e fumar quanto menos possível, pouco álcool, particularmente é muito chato. Por outro lado, é claro que é incrível fazer shows. Definitivamente vamos entrar em turnê de novo.
P
Entrevistador: Que tal Pumba?
Tom: Pumba é legal.
Bill: Nós crescemos com cachorros, e o Pumba é o novo membro da nossa família canina. Ele é um bulldog inglês e está com dez meses agora. Trouxemos ele de LA, então ele voou de avião pela primeira vez. Ele se saiu muito bem. Eu o peguei quando tinha oito semanas de idade, e é um verdadeiro artista como se pode ver nos episódios da nossa Tokio Hotel TV. Vamos lançar uma versão dele em bicho de pelúcia como parte da nossa merchandise, em breve.
Entrevistador: O cachorro?
Tom: Sim, no momento estamos fazendo uma versão em bicho de pelúcia, que parece o Pumba.
Bill: Não vejo a hora de vê-lo brincar com a pelúcia.
Q
Entrevistador: Quarteto.
Tom: Pode soar surpreendente, mas já estamos juntos como banda há 14 anos.
Bill: E nós não brigamos nem temos inveja da atenção que cada um tem, por exemplo quem dá mais entrevistas, quem está mais nas fotos, todas essas tensões que muitas bandas têm que lidar várias vezes, isso não existe na nossa banda. A maioria das pessoas nunca vai acreditar, mas antes mesmo de fazer sucesso, cada um de nós já sabia qual era seu papel na banda. Todo mundo tem suas tarefas e cada um tem seu próprio espaço.
Tom: Isso soou um pouco brega, né?
R
Tom: "Run, Run, Run" vem à minha cabeça. Ótimo clipe, ótima música.
Bill: Sim, essa música foi novidade para nós, principalmente para mim porque eu nem sabia se iria conseguir cantá-la.
Tom: Eu também não sabia.
Bill: Mas deu tudo certo no final. Também gravamos os vocais por conta própria, ao contrário dos outros álbuns, nós não tínhamos pessoas responsáveis pela produção vocal. Então, é uma das minhas músicas novas favoritas.
S
Entrevistador: Para a letra S, eu tenho Star Search.
Bill: Sim, Star Search, foi interessante porque foi minha primeira experiência na frente da câmera.
Tom: É claro que foi interessante, mas você também poderia dizer: Star Search, foi E de embaraçoso.
Bill: Bem, quando eu assisto minha performance hoje em dia, eu acho muito fofo. Penso: "Meu Deus, eu tive coragem de fazer isso!" Mas também tenho que dizer que foi maldoso da parte das pessoas do Star Search me fazer cantar "It's Raining Men". Eu não escolhi a música. Não sabia falar em inglês naquela época e não fazia ideia do que se tratava a música, ou seja, está chovendo homens.
Tom: Que idiotas essas pessoas de programas de calouros!
Bill: Sem brincadeira! Quero dizer, o fato de eles deixarem um menininho cantar essa música provocou uma certa controvérsia.
Tom: Eu também te recomendaria essa música. (risos)
Bill: Tudo o que eu penso é que eu tinha dois minutos e meio para mostrar às pessoas que eu tinha uma banda e queria fazer música. Eu sempre atraía a equipe de câmera para a nossa sala de ensaios, e sempre deu certo.
Tom: Nós como banda podemos dizer: Graças a Deus você foi eliminado!
Bill: Sim, foi ótimo, bem, falo isso hoje. Porque na época eu fiquei muito triste.
T
Entrevistador: T de Tom.
Bill: Tom - Tem menos coisas para falar sobre ele do que sobre Georg e Gustav. Não, brincadeira, Tom e eu somos uma pessoa, na verdade. Muita gente nos pergunta se não brigamos ou se tem horas que não aguentamos ficar perto um do outro. Mas não: Moramos juntos, compartilhamos tudo, não há nada que o Tom não saiba sobre mim.
Tom: E vice-versa.
Bill: Temos uma conexão muito forte, as outras pessoas nem imaginam como é isso.
Tom: Sempre acho estranho quando vejo outros gêmeos que não têm essa conexão. Porque para mim é totalmente normal, mas para eles não é. Talvez seja porque não só compartilhamos nossa vida privada desde os 15 anos, como também nosso trabalho. Por causa disso, não há mais limites.
Bill: Quero dizer, não é que nunca brigamos, mas não há grandes consequências. Nenhum de nós quer se mudar depois que brigamos nem nada desse tipo. Temos os mesmos amigos, fazemos as mesmas coisas juntos no nosso tempo livre, estamos juntos o tempo todo. E o que muitos não sabem, e é totalmente verdade, é que o Tom não consegue viver sem mim. Sem brincadeira, sério. Eu consigo viajar para Nova York sozinho, mas o Tom não.
Tom: Hm, falou o cara que não consegue nem dirigir um carro.
U
Tom: Untenrum... (área de baixo)
Bill: Cara, por que não consigo pensar em nada? Isso não é possível!
Georg: Urlaub (férias)?
Bill: Férias, gostei! Meu destino favorito é as Maldivas. Durante um tempo passávamos duas semanas lá todos os anos...
Tom: Eu amo aquele lugar.
Bill: Poderiam me deixar lá por seis meses. Muitos sempre me perguntam: "O que você faz lá esse tempo todo?" Mas não é chato. É incrível.
V
Entrevistador: "Verrückt nach dir"... [Louco por Você = filme em que os gêmeos atuaram quando tinham 4, 5 anos]
Bill: "Verrückt nach dir"? Ótimo, nossa primeira experiência na TV. Nossa mãe nos contou que éramos atrevidos na filmagem e trancamos a atriz principal no banheiro, porque achamos que ela era muito feia. Tom sempre dizia: "Não vou gravar com ela, essa mulher é estranha". Ele queria gravar com uma mulher bonita.
Entrevistador: Quantos anos vocês tinham?
Bill: Éramos crianças. Seis, talvez?
Tom: Não, menos. Acho que tínhamos cinco. Mas o problema principal com esse filme é que um de nós tinha que fazer xixi na calça. Primeiro houve uma briga sobre quem deveria fazer, no fim das contas eu que fiz.
Bill: Eles derramaram chá na calça dele e isso causou um drama enorme...
Tom: ... porque naquela idade eu estava orgulhoso por não fazer mais xixi na calça...
Bill: ... queríamos mostrar que já éramos grandes. Nossa mãe sempre tinha que nos dizer que só íamos fazer aquilo para o filme. Aí trancamos a atriz principal no banheiro e jogamos a chave fora, assim nem nós mesmos íamos conseguir achar a chave. A atriz teve uma crise de choro.
Entrevistador: Quantos anos a atriz tinha?
Bill: Talvez 30 e poucos.
Tom: Você pode nos ver por um minuto e meio durante o filme todo, mas fomos os atores que mais deram trabalho na gravação.
Bill: Também tínhamos ataques de estrela. Uma vez estávamos com fome e queríamos comer alguma coisa. E como notamos que tudo girava ao nosso redor, nós pedimos um tipo de cereal no hotel onde estávamos hospedados. Mas eles não tinham. Aí dissemos: "Se nós não comermos esse cereal, então não vamos mais participar da gravação do filme."
W
Bill: Para o W vamos escolher "Was ist passiert?" (O que aconteceu?).
Entrevistador: O quê?
Bill: Sim, você escreveu isso no seu e-mail como um comentário sobre as três músicas que nós lançamos como uma amostra do novo álbum.
Entrevistador: Ah sim, agora me lembro.
Bill: Achamos aquilo tão engraçado. Mas "Was ist passiert?" é muito apropriado porque provavelmente muitas pessoas vão perguntar isso. Mas a questão é que não tentamos soar diferente com o novo álbum. Não queríamos soar mais maduros, e também não tínhamos a intenção de fazer o álbum mais eletrônico.
Tom: Simplesmente fizemos o que queríamos. Pra mim esse é o significado de permanecer fiel a si mesmo. E não apenas satisfazer as expectativas dos fãs.
Bill: Eu também não acho que o sucesso pode ser planejado, ou ir ao estúdio com a intenção de escrever um hit. A única coisa que você pode fazer é implementar 100% o que você acha totalmente incrível. Até mesmo quando eu olho para trás na nossa carreira, nada do que fizemos foi de propósito. Foi tudo muito autêntico.
Tom: Não funcionaria se fosse o contrário.
Bill: Nós só queríamos gravar um álbum que nós mesmos gostássemos de ouvir.
Entrevistador: Mas quando escrevi "Was ist passiert?" eu não quis expressar minha indignação por vocês soarem totalmente diferente agora do que no passado. Eu simplesmente não gostei de "Girl Got A Gun". Mas "Love Who Loves You Back" é maravilhosa! E a música não é nada parecida com o antigo som do Tokio Hotel.
Tom: Mas o que você achou da outra música?
Entrevistador: Que outra música?
Bill: Meu Deus, você deve ter achado "Girl Got A Gun" muito ruim se nem chegou a ouvir a terceira música. (risos)
X
Tom: A única coisa que passa pela minha cabeça é o filme favorito do Bill "xXx - Triplo X" e Vin Diesel, seu ator favorito.
Bill: Que horror. Será que conseguimos pensar em outra coisa?
Georg: Xerxes!
Bill: Sim, ótimo! Nós gostamos muito de comemorar o Halloween, e me inspirei no Xerxes para a minha fantasia do ano passado. Mostre algumas fotos para ele, Tom!
Entrevistador: Oh, entendo, você parece o Xerxes de "300".
Bill: Exatamente. E aquele era você, Tom? Um simples zumbi, né?
Y
Bill: YouTube, onde estão os novos episódios da Tokio Hotel TV. Eles mostram um belo insight da nossa vida. Os episódios ficaram muito engraçados também.
Z
Entrevistador: "Zehn Jahre später" (Dez anos depois). Deve fazer dez anos agora desde que vocês gravaram "Durch den Monsun".
Bill: Exato! Sim, dez anos depois temos uma carreira com a banda que ninguém dava nada. Não queríamos lançar "Durch den Monsun" como nosso single de estreia. Nós não sabíamos nada sobre o mundo da música na época, então eu pensei: "Não me importo com a música. O importante é termos um single". E eu achei engraçado quando, mais tarde, a mídia escreveu que nosso sucesso se deve apenas à maquinaria da indústria musical. Que algum cara aleatório da gravadora construiu o Tokio Hotel e planejou nosso triunfo na mesa dele...
Tom: Mas, na verdade, demorou dois anos para conseguirmos um contrato com a gravadora. Todo mundo disse não, até mesmo a Universal. O que ninguém sabe hoje em dia é que primeiro nós tivemos um contrato com a BMG, que foi tão bom, que foi cancelado na fusão da Sony com a BMG, porque todo mundo achava que nós causaríamos mais gastos do que faríamos dinheiro. Ao invés de nós, outra banda foi contratada na época.
Entrevistador: Vocês sabem o que aconteceu com essa outra banda?
Bill: Acho que não deu muito certo. As coisas não vão bem também para a gravadora que cancelou nosso contrato na época. Mas o que queria dizer: Nós não tínhamos uma gestão profissional nem um plano infalível. Simplesmente aconteceu.
Tom: Uma carreira grande e não planejada.
Tradução original: Herzblut @ TokioHotel_Info
Tradução para Português BR por: Naah - LdSTH
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário