sábado, 27 de setembro de 2014
Revista Mate nº 43/2014 (Alemanha) + Tradução!
Idolatrados, rejeitados, celebrados e zombados, mas nunca invísiveis: Após o lançamento do single de estreia "Durch den Monsun", o Tokio Hotel se tornou uma das exportações musicais alemãs mais bem sucedidas da última década. Principalmente na França, onde a banda conseguiu lucro e seus singles e álbuns acharam um lugar nas paradas francesas. Hoje em dia, até os alemães adultos que ouvem música chegaram a um acordo com o estilo expressivo do vocalista Bill Kaulitz - pode-se dizer que as pessoas têm orgulho dos quatro rapazes da Alemanha porque eles conseguiram fazer sucesso internacional - uma raridade para artistas alemães. Na nossa entrevista com Bill e Tom Kaulitz, nós pretendemos descobrir onde eles estiveram nos últimos quatro anos, se vamos - algum dia - ver Bill vestindo uma camiseta e calça jeans simples, e principalmente: como é o som do novo álbum.
Seu quarto álbum de estúdio será lançado em breve. Já faz cinco anos desde que vocês lançaram o último álbum. Um ano depois do lançamento de "Humanoid" vocês decidiram dar uma pausa na sua vida pública e se mudaram para Los Angeles.
Bill: Sim, assustadoramente, quatro anos se passaram.
Por que vocês escolheram se mudar para os EUA, especificamente?
Bill: Foi uma decisão espontânea. Nós sabíamos que tínhamos que sair da Alemanha e já conhecíamos algumas pessoas em L.A. - mas poderia ter sido qualquer outra cidade. Naquela época nós estávamos procurando uma segunda casa para passar um tempo, mas nem pensávamos em mudar completamente da Alemanha.
Tom: Depois que a situação saiu de controle na Alemanha, nós basicamente nos mudamos da noite pro dia. Nem tínhamos visto a casa para qual íamos nos mudar, apenas a escolhemos online. Então arrumamos nossas coisas e nos mudamos, sem passagem de volta.
Quão difícil foi "fazer nada" para vocês?
Ambos: Não foi nada difícil! (risos)
Bill: Seria estúpido dizer que trabalhamos no álbum o tempo inteiro. No começo nós realmente não fizemos nada. Simplesmente relaxamos e fizemos coisas que não tínhamos tempo para fazer antes.
Em 2013 vocês fizeram parte do júri do "DSDS". Isso aconteceu porque vocês estavam com um pouco de saudade do palco?
Bill: Não tínhamos tempo para fazer essas coisas. Quando estávamos na estrada com o Tokio Hotel, fazer parte do júri de um programa de talentos era impossível. Nós recebíamos muitas ofertas para esse tipo de trabalho, e em um certo ponto foi tão bom, que não podíamos mais dizer não.
Tom: (risos)
Como vocês mantiveram contato com os fãs nos últimos quatro anos? Vocês postaram vários vídeos de bastidores no seu canal do Youtube. Foi uma maneira de dizer: "Hey, voltamos!"?
Bill: Sim, basicamente começamos a postar episódios da Tokio Hotel TV de novo. Já fizemos isso antes. Com o novo álbum, nós começamos a dar as pessoas um olhar nas nossas vidas e um "por trás das câmeras" no nosso trabalho no estúdio novamente.
Tom, no trailer oficial do novo álbum nós vemos você mixando músicas, além de tocar guitarra. Quando você trocou a guitarra pelo trabalho de mixagem?
Tom: Foi mais uma necessidade. Quando começamos o processo de escolher as primeiras músicas, fazer música e se reunir com os produtores novamente, tudo foi em uma direção que não queríamos. Sessões de composição com outros compositores, por exemplo, não estavam indo no caminho que queríamos. E foi por isso que eu disse ao Bill que deveríamos fazer tudo por conta própria. Nós construímos nosso estúdio em casa e demos início a tudo isso. O objetivo não era produzir o álbum inteiro. Simplesmente aconteceu e agora Bill e eu somos produtores executivos do álbum e aconteceu de eu produzir a maioria das músicas. É uma sensação ótima, mas é claro que só foi possível porque tínhamos tempo de sobra para esse processo acontecer.
Vamos falar sobre o trailer mais uma vez: Bill, você disse que você mesmo falou "não" para algumas músicas que levaram horas para serem produzidas. Quem dá a palavra final na banda quando se trata de escolher músicas? Ou é de fato uma decisão do grupo?
Bill: Nós fingimos que é uma decisão do grupo, mas na verdade eu dou a palavra final (risos). É claro que nós decidimos juntos e nos certificamos de que todo mundo esteja de acordo com a decisão. Sabemos o que é importante para o outro. Tom sabe que se eu disser "não" para uma música por uma razão específica, não adianta tentar me convencer a pensar diferente, porque ele sabe que eu não vou mudar minha opinião - ele deixa para lá e vice-versa.
Quem é responsável pelas letras das músicas?
Bill: Todos nós escrevemos o álbum juntos.
Tom: Mas a maioria das letras foi escrita por você.
Bill: É claro que eu sou responsável pelas letras. Algumas músicas foram escritas completamente por nós, outras com outros compositores e produtores.
Tom: Se as letras são brilhantes e bem feitas, foram escritas por mim. Todas as outras foram escritas pelo Bill. (risos)
Bill: (risos)
Vocês estão usando mais efeitos eletrônicos e sintetizadores - essa é a direção que o Tokio Hotel tomará musicalmente no futuro?
Tom: Quando se trata de efeitos vocais, eu não diria que essa é a direção que nosso estilo musical está tomando. Sempre depende da música. Nosso objetivo não era usar um sintetizador ou autotune. Há certos vocais que você pode fazer muitas coisas diferentes, e pode soar clichê, mas também há vocais que soam bem com uma boa quantidade de autotune e é nessa categoria que a voz do Bill se encaixa. No começo eu não coloquei esses efeitos na música porque achei que não eram necessários. Mas o Bill continuou cantando plano porque ele não sabe cantar direito, então os efeitos eram necessários. (Bill e Tom riem)
Bill: Nós não pensamos muito em que direção queríamos tomar com esse álbum. Essa também foi uma das razões pela qual demos um tempo, porque não sabíamos o que queríamos fazer musicalmente. Mas muito tempo se passou e muitas coisas aconteceram. Você muda e desenvolve um gosto diferente. O álbum também foi inspirado pela vida noturna, já que saímos muito e fomos a muitas festas. Queríamos fazer música que nós mesmo gostamos de ouvir.
Qual foi o último álbum que vocês compraram?
Tom: Eu compro só músicas na maior parte do tempo. Recentemente eu comprei uma música do - como ele se chama? José?
Bill: Hozier ou algo assim. Eu não sei pronunciar o nome dele.
Tom: Qual o nome da música?
Bill: "Take Me To Church".
Tom: "Take Me To Church". Foi essa que eu comprei. Nós criamos nossa própria playlist no Spotify na qual escondemos a dica da data do lançamento do nosso álbum. A playlist reflete nosso gosto musical.
Bill: Eu gosto da Robyn. Compro todas as músicas que ela lança. Eu também gosto muito da Ellie Goulding.
A aparência sempre foi uma parte importante do Tokio Hotel também. O que podemos esperar neste aspecto?
Bill: Podem esperar muitas coisas. (ambos riem) Além de música, o aspecto visual de tudo também é muito, muito importante. Nós fizemos uma ótima sessão de fotos há alguns dias em que nos deixamos levar. Meu estilo muda constantemente.
Tom: Bill definitivamente se deixou levar, enquanto o resto da banda relaxava. (risos)
Bill, você também usa roupas no palco que não parecem muito confortáveis. Às vezes você gostaria de fazer um show vestindo uma camiseta e uma calça jeans, bem simples?
Bill: De vez em quando eu também uso moletom para passear com meu cachorro. Nunca passou pela minha cabeça usar isso no palco. Quando estamos em turnê e eu não tenho uma roupa específica para usar, me sinto muito desconfortável. Usar um boné de beisebol, calça jeans e uma camiseta no palco provavelmente me deixaria muito inseguro.
Vocês sempre passaram essa vibe de lidar com a mídia de uma forma muito descontraída, principalmente você, Tom, parece que você se diverte provocando os jornalistas. Como você descreveria a relação que vocês têm com a mídia?
Tom: Sim, nós tentamos lidar com eles de uma forma bem descontraída. Mas tenho que admitir que nem sempre foi assim. Minha primeira manchete na BILD foi antes da nossa primeira música ser lançada. No dia seguinte eu tive que ir para a escola e confrontar meus colegas lá. Você se sobrecarrega com isso quando se é jovem. Chega uma hora que você simplesmente tem que aprender a lidar com a situação, porque faz parte deste trabalho. Foi um processo, não aconteceu magicamente. Você tenta e encontra um equílibrio. Quando nossa carreira decolou, nós fazíamos tudo que aparecia na nossa frente. Agora nós escolhemos o que fazer com sabedoria.
Vocês acham que foi mais fácil ou mais difícil lidar com a mídia quando eram mais jovens?
Ambos: Mais fácil.
Bill: Eu acho que quando se é jovem, você não pensa muito nisso. Quanto mais velho você fica - e todo mundo provavelmente sabe o que estou falando - mais você pensa sobre isso ou aquilo. Você se preocupa mais facilmente e algumas coisas ficam mais difíceis para você fazer. Quando se é jovem você leva as coisas com calma. É o que acontece com bebida alcoólica ou drogas. Quando se é jovem você passa a noite fora e consegue acordar no dia seguinte. Hoje em dia eu penso "Ok, que horas eu tenho que levantar amanhã?"
Vocês são adultos agora?
Tom: Nós tivemos essa conversa recentemente. Estávamos sentados do lado de fora, o sol estava nascendo porque nosso ritmo é muito confuso. Eu disse "Estamos com 25 anos agora e eu ainda me sinto um garotinho."
Bill: Eu não me sinto adulto. Eu só sou mais maduro no sentido de pensar mais nas coisas que faço e cuidar mais de mim. Quando se faz 25 anos, as pessoas dizem que tudo começa a ir por água abaixo. (risos)
Tom: Isso acontece porque quando você se olha no espelho, você pode ver as consequências da noite passada no seu rosto. (risos)
Bill: Você sempre se sente mais jovem por dentro.
Tom: Quando eu tinha 15 anos, me sentia um adulto.
Bill: Exatamente! Quando eu tinha 15 anos e ia em baladas, eu pensava: "Como ousam pedir meu RG?". E hoje eu me sinto tão jovem e fico chocado quando as pessoas acham que sou mais velho do que realmente sou. Eu acho que você aprende muito com o tempo. Provavelmente vamos olhar para este álbum e para as entrevistas que demos, quando lançarmos o próximo álbum, e vamos pensar: "Olha quão jovens e inexperientes nós éramos!" Eu acho que você nunca cresce neste aspecto.
Tom: Principalmente quando você pode fazer o que quiser. Estamos fazendo isso desde que tínhamos 15 anos. (risos)
Tradução original: Icey @ LoveTH-Music
Tradução para Português BR por: Naah - LdSTH
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